Desânimo ao acordar para ir trabalhar, cansaço extremo, falta de interesse, sentimento de que o seu trabalho não tem propósito. Esses são alguns sintomas de quem sofre com a síndrome do burnout.
O episódio da jornalista Izabella Camargo, ex-funcionária da Rede Globo, nos faz refletir sobre o papel relevante das empresas perante a saúde física e mental dos seus colaboradores.
Segundo notícias, a jornalista saiu de licença médica com diagnóstico de síndrome de burnout e, quando retornou, foi desligada da emissora. Não vamos entrar no mérito da discussão sobre o que ocorreu, de fato, para motivar a demissão. Mas podemos fazer uma análise de cenário. Quais lições aprendemos com o ocorrido? Vamos por etapas.
O que é a Síndrome do Burnout
Burnout é um termo que se refere à exaustão e à diminuição de interesse relacionados ao trabalho excessivo. A síndrome é muito confundida com a depressão e o estresse por causa da semelhança dos sintomas.
É importante saber a diferença entre burnout e estresse. O motivo primário do burnout está relacionado às atividades e ao ambiente profissional. Já o estresse pode ser causado por diversas situações e problemas, não necessariamente referentes ao trabalho.
O termo burnout é uma expressão (phrasal verb) em inglês que tem, entre seus significados, a condição de queimar por inteiro. No sentido figurado, é tornar-se extremamente cansado ou doente por trabalhar demais durante um período de tempo.
Apesar disso, a síndrome não é considerada como uma doença. No entanto, se não for tratada da forma correta, pode evoluir para um quadro de depressão.
Impacto do burnout nas empresas
Uma pesquisa realizada pela International Stress Management Association (Isma), revelou que 30% dos mais de 100 milhões de trabalhadores brasileiros sofrem com o problema. Isso gera problemas como o absenteísmo, ausências por motivo de licenças médicas, baixa produtividade, entre outros prejuízos para a empresa.
Especialistas afirmam que a competitividade no mercado, o alto índice de demissões e a cobrança por melhores qualificações estão entre os principais motivadores do desenvolvimento da doença.
O profissional se sente pressionado e assume uma carga de trabalho acima do seu limite para superar a expectativa da empresa. Com isso, deixam de lado sua família, vida social e se dedicam inteiramente às atividades laborais.
Quando não recebe o reconhecimento esperado, o colaborador perde sua motivação e o interesse em continuar naquele ambiente. O resultado é corpo e mente doentes. Em consequência, aumenta o índice de turnover e a empresa gasta mais com novas contratações e treinamentos.
Como identificar os sintomas do burnout
Como explicamos anteriormente, a síndrome pode ser confundida com estresse ou depressão, por isso é difícil para um profissional de RH identificar os sintomas nos colaboradores.
O ideal é orientar os gestores das equipes, informar sobre as causas e os riscos da síndrome e falar sobre os sinais que o profissional pode apresentar.
De acordo com o portal do Ministério da Saúde, a “Síndrome de Burnout envolve nervosismo, sofrimentos psicológicos e problemas físicos, como dor de barriga, cansaço excessivo e tonturas. O estresse e a falta de vontade de sair da cama ou de casa, quando constantes, podem indicar o início da doença”.
Entre os sinais apresentados pelos profissionais estão:
- Fadiga;
- Insônia;
- Isolamento;
- Pressão alta;
- Dores musculares;
- Alterações no apetite;
- Negatividade constante;
- Dor de cabeça frequente;
- Problemas gastrointestinais;
- Dificuldades de concentração;
- Sentimentos de incompetência;
- Alterações repentinas de humor;
- Cansaço excessivo, físico e mental;
- Alteração nos batimentos cardíacos;
- Sentimentos de fracasso e insegurança;
- Sensação de derrota e desesperança.
O gestor ou profissional do RH que identificar mais de um desses sintomas deve orientar o colaborador a buscar ajuda. Ou ainda, direcionar o profissional para uma conversar com o médico do trabalho. O diagnóstico da Síndrome de Burnout deve ser feito por um especialista.
Como a empresa pode ajudar um colaborador com burnout
Para muitas empresas, a saúde do colaborador é vista como custo. Seja para oferecer o benefício do plano de saúde empresarial ou até mesmo soluções de bem-estar, essas ações quase sempre ficam em último plano. Esse é um pensamento retrógrado e ineficaz, porque está provado que, quanto mais saudável e bem disposto estiver o funcionário, menos custos haverá para a organização.
Cuidar da saúde e bem-estar do colaborador, além de ser um grande diferencial para atrair e reter talentos, melhora a produtividade, reduz o absenteísmo e contribui para a otimização de recursos para a gestão de pessoas.
Em 2016, a Previdência Social registrou 75,3 mil afastamentos por depressão. Trata-se de uma doença que pode ser evitada com medidas simples e incentivo da empresa. Com esse cenário, vemos o quão importante é o papel do RH para oferecer ajuda aos colaboradores.
Mas como o setor de RH pode ajudar?
O gestor de recursos humanos que é focado em entregar resultados para a diretoria deve se preparar. Para isso, precisa estar atento na identificação desses casos, agir de forma rápida, evitando que evoluam e, principalmente, criando estratégias para impedir que a Síndrome de Burnout atinja os profissionais da empresa.
O que fazer com profissionais que estão apresentando sinais da síndrome
> Avalie o ambiente de trabalho do colaborador que apresenta sinais de burnout, seu relacionamento com os líderes ou liderados e o quanto isso influencia em sua saúde física e/ou mental;
> Avalie também a possibilidade de propor nova dinâmica para as atividades diárias e objetivos profissionais;
> Converse com os colaboradores, explique sobre a síndrome e avalie programas de bem-estar e saúde para aliviar a pressão física e mental;
Vale lembrar que a ajuda pode vir de qualquer setor ou colega, não somente do RH.
Como evitar que a síndrome de burnout atinja a sua empresa
Equilíbrio é a palavra de ordem. Para evitar a síndrome do burnout é preciso descanso adequado, respeitando os sinais de cansaço do corpo. Manter equilíbrio entre o trabalho e a vida social. Praticar atividades físicas, ter uma alimentação balanceada e pensamento positivo para mudar determinadas atitudes fazem toda diferença.
As empresas estão se empenhando para oferecer uma qualidade de vida melhor aos seus colaboradores. Um sinal disso são os investimentos em programas de qualidade de vida que vão desde alterações no próprio escritório até no incentivo a atividades fora do ambiente de trabalho.
A empresa pode estimular hábitos mais saudáveis e contar com a tecnologia para facilitar o processo e, principalmente, alcançar resultados efetivos e satisfatórios. Veja como melhorar a qualidade de vida na sua empresa e evitar que seus colaboradores desenvolvam a síndrome de burnout.
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Post publicado originalmente em 22/02/2019e atualizado em 10/04/2019