DORT: o que é e como prevenir?

Você sabia que a DORT pode ser causada por qualquer tipo de trabalho? Não é novidade que o ambiente de trabalho e suas funções podem causar problemas. Isto é, desde que seja executado de forma inadequada ou ultrapasse os limites do corpo. 

É aí que entra o conceito de DORT (Doença Osteomuscular Relacionada ao Trabalho) — que, antigamente, se denominava LER. Em primeiro lugar, os dados de incidência dessa doença são alarmantes.

Segundo o livro Saúde Brasil 2018, essas síndromes são as que mais acometem pessoas trabalhadoras no Brasil. O estudo, que analisou informações entre 2007 e 2016, apontou um crescimento de 184% de pessoas com essas doenças, em especial mulheres de 40 a 45 anos. 

De acordo com a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, aproximadamente 39 mil pessoas foram afastadas de suas funções em razão de DORT em 2019.

Ou seja, cada vez mais pessoas estão sendo diagnosticadas e as condições de trabalho estão cada vez piores. Dessa forma, a importância desse tema é indiscutível.

Neste artigo, vamos entender mais sobre DORT, como prevenir e a importância de investir na ergonomia no trabalho. Acompanhe!

DORT: o que é?

A sigla DORT significa Doença Osteomuscular Relacionada ao Trabalho. De forma geral, trata-se de doenças ou distúrbios que comprometem o aparelho locomotor de pessoas – músculos, tendões, articulações e nervos, em virtude de situações de trabalho. 

Segundo o Ministério da Saúde, DORT são “danos decorrentes da utilização excessiva do sistema que movimenta o esqueleto humano e da falta de tempo para recuperação”. 

Ainda, a DORT se caracteriza pelo aparecimento de vários sintomas (quase sempre, em estágio avançado), geralmente nos membros superiores. 

Histórico no Brasil

A primeira descrição da DORT aconteceu em 1973, no XII Congresso Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho, como tenossinovite ocupacional. Na época, foram identificados diversos casos de tenossinovite ocupacional em lavadeiras, limpadoras e engomadeiras. 

A nova recomendação eram pausas constantes para prevenir a doença. Contudo, na década de 1980, os sindicatos de trabalhadores protagonizaram a luta pelo enquadramento da tenossinovite como uma doença de trabalho. 

Por fim, o Ministério da Saúde publicou a Portaria nº 205, que inclui a lista de doenças e agravos que o Sistema Único de Saúde (SUS) deve monitorar em 2016.

Nessa lista, o órgão estabeleceu que em relação à vigilância em saúde do trabalhador, devem ser observadas as seguintes doenças:

  • Câncer relacionado ao trabalho;
  • Dermatoses ocupacionais;
  • Lesões por esforços repetitivos e distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (LER/DORT);
  • Perda auditiva induzida por ruído – PAIR relacionada ao trabalho;
  • Pneumoconioses relacionadas ao trabalho. 

Ou seja, essa medida classificou e definiu a DORT como uma doença ocupacional, que deve ser monitorada pelas estratégias do SUS.

DORT x LER: qual é a diferença?

Antigamente, as Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho eram conhecidas como LER (Lesão por Esforço Repetitivo). Em outras palavras, DORT é a nova denominação para as doenças por LER. 

De forma geral, a substituição de uma denominação por outra aconteceu por dois motivos: em primeiro lugar, porque as pessoas com sintomas no sistema músculo-esquelético não apresentavam evidência de lesões em qualquer estrutura. 

A segunda razão vai além do esforço por repetição. Isto é, considera que outros tipos de sobrecarga também podem ser nocivos. Esses outros fatores podem ser, por exemplo:

  • Excesso de força para executar tarefas;
  • Uso de instrumentos que transmitem vibração excessiva;
  • Uso de contração muscular por períodos prolongados para manutenção de postura;
  • Execução de trabalhos em posturas inadequadas. 

Em outras palavras, a substituição de LER por DORT aconteceu principalmente porque não apenas a repetitividade, mas também outras posturas incômodas e esforço físico podem causar essa doença. 

DORT: quais são as causas?

Os principais fatores de risco para a saúde do colaborador e, consequentemente, para a incidência de DORT são:

  • Repetição de movimentos;
  • Esforço e força repetitivos;
  • Posturas inadequadas;
  • Choques e impactos;
  • Vibração;
  • Pressão mecânica;
  • Frio;
  • Fatores organizacionais — como, por exemplo, ritmo de trabalho acelerado, jornadas prolongadas, pressão no trabalho;
  • Falta de equipamentos ergonômicos no trabalho

Quais são os sintomas?

Os sintomas de DORT costumam se manifestar a médio e longo prazo. Então, diferente dos acidentes de trabalho, as pessoas não conseguem perceber as consequências das ações imediatamente. 

Assim, as doenças osteomusculares resultam de um acúmulo de sobrecarga e estresse sobre os músculos, os tendões e as articulações. Então, as pessoas podem demorar um tempo para identificá-las. Nesse contexto, os principais sintomas de DORT são:

  • Sensação de peso e cansaço;
  • Alteração da sensibilidade;
  • Dor localizada;
  • Perda de força ou coordenação das mãos;
  • Choque, dormência, formigamento e câimbras;
  • Falta de firmeza nas mãos;
  • Limitação dos movimentos;
  • Acometimento psicológico — normalmente, ansiedade, medo do futuro, irritação e dificuldade para dormir;
  • Fraqueza muscular. 

Em casos mais graves, as DORTs podem, inclusive, levar a inaptidão para desenvolver as atividades de trabalho. 

Os sintomas de DORT podem piorar ao realizar movimentos específicos. Então, é importante verificar quanto tempo duram, quais atividades os agravam, qual é a intensidade e se existem sinais de melhora nos feriados e fins de semana.

DORT: quais são os principais exemplos?

Na lista de doenças relacionadas ao trabalho e que, especificamente, são enquadradas como DORT na lista do Ministério da Saúde e do Ministério da Previdência Social, os exemplos mais comuns são:

  • Ciática; 
  • Sinovite crepitante crônica da mão e do punho;
  • Bursite da mão;
  • Lesões do ombro;
  • Tendinite nos ombros, cotovelos e punhos;
  • Bursite do ombro;
  • Hérnia discal; 
  • Lombalgia (dores na região lombar);
  • Mialgia (dores musculares). 
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Diagnóstico: como é feito?

Apesar de imediatos, as pessoas demoram a perceber os sintomas de DORT. Ou seja, os sintomas costumam ser identificados apenas em estágios avançados. 

Além do mais, normalmente a automedicação atrapalha o diagnóstico e o tratamento precoce. As pessoas sentem dores e confundem com simples dores musculares. 

Como todas as outras doenças, o diagnóstico de DORT deve ser feito por um médico. Na rede de assistência de atenção básica, a anamnese compreende:

  • Histórico das queixas; 
  • Comportamentos e hábitos relevantes;
  • Antecedentes pessoais;
  • Antecedentes familiares;
  • Anamnese ocupacional;
  • Exame físico geral e específico;
  • Exames complementares e avaliação especializada;
  • Investigação da atividade de trabalho. 

Em outras palavras, o diagnóstico de DORT pressupõe um histórico clínico detalhado, que contenha o relato de comportamento de hábitos relevantes, histórico pessoal e familiar, além de exames físicos e complementares (como raio-x, ultrassonografia e ressonância) 

No entanto, é importante ter em mente que o estabelecimento da relação de causa ou agravamento entre o quadro clínico e as funções do trabalho deve ser de atribuição multidisciplinar.

Ou seja, a confirmação da relação de causa e efeito pressupõe uma anamnese ocupacional, além de puramente simples. Isso significa que não é uma atribuição exclusivamente médica. 

Apesar de existirem tratamentos (como fisioterapia e uso de anti-inflamatórios), o foco da DORT deve ser a prevenção. 

Qual é o tratamento?

Normalmente, a dificuldade (e consequentemente, a demora) no diagnóstico de DORT pode fazer com que muitos sintomas piorem muito. Por isso, em alguns casos, o tratamento envolve sessões de fisioterapia e intervenção cirúrgica. 

Além disso, costuma-se receitar o uso de medicamentos e a troca do posto de trabalho. Em geral, a primeira opção é tomar um remédio anti-inflamatório para combater a dor. 

Ainda, uma boa estratégia é fazer compressas de gelo sobre a articulação afetada (de 15-20 minutos), além de alongamentos diários. 

É importante ter em mente que o tratamento de DORT não é rápido, tampouco linear. É possível que existam períodos de estagnação. Por isso, é fundamental ter paciência e cuidar da saúde mental nesse período. Por fim, atividades leves como caminhadas ao ar livre, exercícios de pilates e ginástica laboral são boas opções por não terem grande impacto.

Como prevenir?

De acordo com o Protocolo do Ministério da Saúde, o processo de prevenção de DORT deve observar as particularidades do processo de trabalho, os detalhes de cada local e função.

Na prática, o objetivo deve ser alterar as condições de trabalho que estão causando esses prejuízos como, por exemplo:

  • Aumentar o número de pausas; 
  • Ajustar o ambiente de trabalho em relação à temperatura, ao ruído e à iluminação;
  • Adequar o posto de trabalho para evitar posturas corporais incorretas;
  • Realizar exames periódicos. 

Contudo, o combate à DORT é uma via de mão dupla: além da correção do ambiente e da adoção de medidas preventivas e novas ferramentas de trabalho pela empresa, as ações individuais também fazem diferença. Então, é necessário: 

  • Manter sempre uma postura adequada durante o horário de trabalho, com as costas eretas e bem apoiadas no encosto da cadeira;
  • Fazer pausas e alongamentos a cada 60 minutos;
  • Respeitar os limites do corpo;
  • Utilizar apoios ergonômicos para os punhos e pés durante a utilização do computador;
  • Manter o monitor na altura dos olhos para não ter que forçar o pescoço para baixo;
  • Utilizar cintas e outros acessórios de proteção fornecidos pela empresa ao executar tarefas que exigem força física;
  • Praticar exercícios físicos regularmente;
  • Manter um estilo de vida saudável.

Exercícios físicos como prevenção

Você sabia que o sedentarismo e a obesidade são fatores de risco para DORT? Dessa forma, as atividades físicas são uma forma de prevenção aos sintomas dessa doença. 

Afinal de contas, atividades físicas contribuem para o aumento da resistência e força da massa muscular. Como consequência, também contribuem no fortalecimento dos ossos e das articulações. 

Sendo assim, as atividades físicas são uma ótima forma de reduzir o risco de lesões e doenças ocupacionais das suas pessoas colaboradoras.

No entanto, qualquer atividade física precisa ter acompanhamento com profissionais de Educação Física. Sendo assim, a melhor opção é, sem dúvidas, que seus colaboradores frequentem uma academia com profissionais especializados. 

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