Entenda como gerir PcDs no trabalho e promover uma cultura de bem-estar inclusiva

Reconhecer a diversidade como um valor essencial é necessário para garantir o bem-estar e a inclusão de todos os colaboradores. Nesse sentido, a inclusão de Pessoas com Deficiência (PcD) no mercado de trabalho emerge como um ponto crucial para uma gestão de pessoas humanizada. 

Neste artigo, vamos explorar os desafios enfrentados por PcDs no mercado de trabalho, além de entender as responsabilidades do RH e como promover uma cultura de bem-estar inclusiva. Confira!

O que é PcD?

PcD significa Pessoa com Deficiência, um termo inclusivo que abrange uma variedade de condições físicas, mentais, sensoriais e intelectuais. Essas deficiências podem ser congênitas, adquiridas ao longo da vida ou temporárias. 

De maneira geral, apesar dos avanços em legislação e conscientização, as pessoas com deficiência ainda enfrentam uma série de desafios em suas vidas diárias. Por exemplo:

Barreiras físicas

Aquelas que limitam sua mobilidade, como falta de acessibilidade em espaços públicos e transporte.

Barreiras sociais

Impactam sua integração e participação na sociedade, como preconceito e estereótipos. Além disso, existem as questões relacionadas à educação, emprego e saúde de pessoas com deficiência.

Quais deficiências estão inclusas em PcD?

Como esse é um termo amplo que engloba uma variedade de condições, é normal surgir a dúvida sobre quais deficiências estão inclusas. A seguir, listamos as condições mais comuns: 

Deficiência física

Envolve limitações físicas que afetam a mobilidade ou o funcionamento dos membros do corpo, por exemplo:

  • Paralisia cerebral;
  • Amputações;
  • Paralisia dos membros;
  • Distrofia muscular;
  • Outras condições.

Deficiência auditiva

Refere-se à perda total ou parcial da capacidade auditiva, que pode ser congênita ou adquirida ao longo da vida.

Deficiência visual

Envolve a perda total ou parcial da visão, que pode ser congênita ou adquirida ao longo da vida.

Deficiência múltipla

Algumas pessoas podem ter mais de uma deficiência, o que é conhecido como deficiência múltipla. Isso pode apresentar desafios adicionais e necessidades específicas de apoio e cuidado.

O que diz a Constituição Brasileira sobre PcD no mercado de trabalho (Lei de Cotas)?

Conhecida como Lei de Cotas, essa legislação estabelece a reserva de um determinado percentual de vagas para Pessoas com Deficiência (PcD) no mercado de trabalho. Isto é, essa medida visa promover a inclusão dessas pessoas, garantindo-lhes oportunidades de emprego e combatendo a discriminação e a exclusão social. 

Além disso, a lei também prevê a necessidade de adaptações nos ambientes de trabalho para garantir a acessibilidade e o pleno exercício das funções pelos PcD. A seguir, confira os principais pontos impactados pela Lei de Cotas:

Percentual de vagas reservadas

Em primeiro lugar, a Lei de Cotas determina que as empresas com 100 ou mais funcionários devem preencher uma quota mínima de vagas com PcD. Esse percentual varia de acordo com o tamanho da empresa, geralmente de 2% a 5% do total de funcionários.

Modalidades de contratação

Esse ponto prevê que as empresas podem contratar PcD de diversas formas, por exemplo:

  • Contratação direta;
  • Prestação de serviços terceirizados;
  • Programas de aprendizagem.

Adaptações no ambiente de trabalho

Além disso, a Lei de Cotas prevê que as empresas devem promover adaptações em seus ambientes de trabalho para garantir a acessibilidade e o pleno exercício das funções pelos PcD.

Penalidades

Por fim, o não cumprimento da Lei de Cotas sujeita as empresas a penalidades previstas em lei, que podem incluir multas e outras sanções administrativas.

Por fim, a Constituição Brasileira estabelece os princípios fundamentais de igualdade e não discriminação, garantindo a dignidade e os direitos das pessoas com deficiência. Além de assegurar que todos são iguais perante a lei, nossa legislação proíbe qualquer forma de discriminação e estabelece a igualdade de oportunidades como um direito de todos os cidadãos. No contexto corporativo, a Lei de Cotas é uma medida que visa promover a inclusão e a igualdade de oportunidades para esse segmento da população.

Quais são os desafios de profissionais PcD?

Para promover uma cultura corporativa mais inclusiva e equitativa, é fundamental discutir os desafios enfrentados por PcDs no ambiente de trabalho. Enquanto avanços significativos foram feitos em termos de conscientização e legislação, os profissionais PcD ainda enfrentam uma série de desafios que afetam sua participação plena e igualdade de oportunidades no mercado de trabalho. 

A seguir, listamos alguns desafios enfrentados por esses profissionais. Confira:

Acessibilidade no local de trabalho

Promover a acessibilidade física, tecnológica e de comunicação no local de trabalho é essencial para garantir que profissionais com deficiência possam desempenhar suas funções. Isso inclui adaptações no ambiente físico, por exemplo:

  • Rampas;
  • Banheiros acessíveis;
  • Estações de trabalho ergonomicamente projetadas;
  • Tecnologias assistivas;
  • Políticas que garantam comunicação acessível para todos os funcionários.

Discriminação e estigma

Apesar dos avanços legais e sociais, a discriminação e o estigma ainda são desafios significativos enfrentados pelos profissionais PcD. Eles podem enfrentar atitudes preconceituosas e estereotipadas em relação às suas capacidades, afetando negativamente sua autoestima, motivação e oportunidades de carreira.

Barreiras de comunicação

Profissionais PcD podem enfrentar dificuldades na comunicação devido a deficiências auditivas e visuais, por exemplo. Desse modo, é essencial que os locais de trabalho ofereçam recursos e suportes adequados, incluindo:

  • Intérpretes;
  • Dispositivos de amplificação sonora;
  • Software de reconhecimento de voz.

Acesso à educação e treinamento

Muitas vezes, o acesso a oportunidades de educação e treinamento pode ser limitado para profissionais PcD. Ou seja, impactando diretamente suas perspectivas de carreira e progressão profissional. 

Dessa forma, é fundamental que sejam implementadas políticas e programas de inclusão que garantam o acesso equitativo à educação e desenvolvimento profissional para todos os funcionários.

Preconceitos e estereótipos

Os preconceitos e estereótipos sobre as capacidades das pessoas com deficiência podem criar barreiras significativas no local de trabalho, além de influenciar negativamente o employer branding. Desafiar esses estereótipos e promover uma cultura de respeito e valorização são passos essenciais para criar ambientes de trabalho mais inclusivos.

Acessibilidade do transporte

Para profissionais PcD que dependem de transporte público ou privado para chegar ao trabalho, a falta de acessibilidade nos sistemas de transporte pode representar um grande obstáculo. Para mitigar esse desafio, é importante cobrar o investimento em infraestrutura de transporte acessível e oferecer opções flexíveis de trabalho, como trabalho remoto ou horários flexíveis.

Falta de consciência e sensibilidade

Faltar empatia em relação às pessoas com deficiência pode levar à exclusão involuntária e à falta de apoio necessário para que elas possam ter sucesso em seus empregos. Desse modo, é fundamental promover a conscientização e oferecer treinamento adequado para garantir que todos os funcionários estejam equipados para apoiar e colaborar efetivamente com colegas PcD.

Qual é o papel do RH em relação a pessoas com deficiência?

Quando se trata do gerenciamento de profissionais PcD, o RH desempenha um papel importante para garantir que esses colaboradores tenham igualdade de oportunidades. Além do suporte adequado e acesso a recursos que lhes permitam contribuir para o sucesso da organização. A seguir, conheça mais sobre o papel do RH em relação às pessoas com deficiência:

Políticas e procedimentos inclusivos

Uma das responsabilidades do RH é desenvolver e implementar políticas que promovam a inclusão de profissionais PcD. Isso pode incluir, por exemplo, políticas de recrutamento e seleção que garantam uma abordagem equitativa para candidatos com deficiência. Assim como políticas de acomodação no local de trabalho que atendam às necessidades desses funcionários.

Recrutamento e seleção equitativos

É importante envolver a revisão e adaptação de práticas de recrutamento para garantir que oportunidades de emprego sejam divulgadas de forma acessível. Além de assegurar que candidatos com deficiência sejam tratados de forma justa durante todo o processo de seleção.

Treinamento e sensibilização

Profissionais que atuam na gestão de pessoas podem ajudar a combater preconceitos e estereótipos, promovendo uma cultura de respeito, empatia e inclusão no local de trabalho.

Desenvolvimento de carreira e progressão profissional

Outro ponto importante envolve o papel ativo dos RHs no apoio ao desenvolvimento de carreira e progressão profissional de PcDs. Para isso, os gestores de Recursos Humanos podem promover:

  • Oportunidades de capacitação;
  • Programas de desenvolvimento profissional;
  • Acesso a mentorias, cursos e workshops;
  • Orientação e suporte próximo para ajudá-los a alcançarem seu pleno potencial.

Como a cultura de bem-estar pode ajudar profissionais PcD?

A cultura de bem-estar é caracterizada por um conjunto de valores e práticas que promovem o bem-estar dos funcionários. Em outras palavras, ela influencia toda a organização, afetando, por exemplo, como as pessoas são tratadas e como o trabalho é estruturado.

A seguir, vamos entender como a cultura de bem-estar pode desempenhar um papel significativo no apoio e na inclusão de profissionais PcD. Confira:

Promoção da saúde mental e emocional

Uma cultura de bem-estar pode fornecer apoio e recursos para promover a saúde mental e emocional dos profissionais PcD. Esse ponto pode ser explorado através de, por exemplo:

  • Programas de ajuda psicológica;
  • Grupos de apoio;
  • Políticas que incentivam a troca sobre questões relacionadas à saúde mental;
  • Benefícios de bem-estar.

Acesso a recursos de saúde e bem-estar

Em segundo lugar, investir na criação de uma cultura de bem-estar pode garantir que os profissionais PcD tenham acesso a recursos de saúde adequados às suas necessidades específicas. Isso pode acontecer através de adaptações no local de trabalho e acesso a benefícios de bem-estar.

Incentivo à atividade física e bem-estar físico

Além disso, a cultura de bem-estar promove a saúde física entre os profissionais PcD com o acompanhamento de especialistas. Isso pode incluir programas de exercícios adaptados, acesso a instalações fitness adaptadas e incentivos para participação em atividades físicas.

Promoção de um ambiente inclusivo e de apoio

Contar com uma cultura de bem-estar ajuda na promoção de um ambiente de trabalho inclusivo e de apoio para profissionais PcD, onde eles são valorizados, respeitados e apoiados em suas necessidades individuais. 

Flexibilidade e adaptação

Como um conjunto de práticas que promovem o bem-estar geral, a cultura de bem-estar deve acomodar as necessidades individuais de profissionais PcD. A partir da flexibilidade e adaptação do espaço físico de trabalho, é possível gerar mais conforto para esses profissionais. Para isso, podem ser incluídos na rotina:

  • Horário de trabalho flexível;
  • Trabalho remoto;
  • Salas mais silenciosas e adaptadas para pessoas autistas ou com TDAH, por exemplo;
  • Garantia de um espaço ergonômico no ambiente de trabalho.

Como a GoGood auxilia na construção de uma cultura de bem-estar

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