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A sinistralidade é uma métrica que indica a relação entre o prêmio – a receita da operadora com o contrato, ou seja, o valor pago pela empresa – e o custo desse contrato para a operadora. Esses custos podem ser evitados, e vamos ver o porquê nesse artigo.
A Catho, empresa de classificados de emprego online, realizou uma pesquisa em 2014 com 26.459 profissionais de todo o Brasil. O objetivo era construir um Panorama sobre a Contratação, Demissão e Carreira dos Profissionais. A pesquisa é feita todos os anos. Os dados divulgados em 2015 mostraram que 74,6% os brasileiros consideram o plano de saúde como o benefício mais importante ofertado por uma empresa.
Especialistas afirmam que o serviço contribui com a contratação e retenção de profissionais no mercado. O resultado dessa análise é o aumento na contratação e, como consequência, no número de usuários do serviço.
Para se ter uma ideia da penetração do plano de saúde entre os trabalhadores, vejamos dois dados interessantes. De acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em janeiro de 2018, havia 31,66 milhões de beneficiários de planos de saúde corporativo. No mesmo ano, o IBGE registrou 33 milhões de trabalhadores com carteira assinada. Sendo assim, 95,7% dos colaboradores em situação regular contam com plano de saúde oferecido pelas empresas.
As organizações estão preocupadas em oferecer mais e melhores benefícios para seus colaboradores. Porém, o serviço tem causado custos substanciais para a folha de pagamento. Os casos de sinistralidade, que poderiam ser evitados, impactam diretamente no orçamento do negócio. Vamos mostrar, a seguir, quais são esses impactos para a empresa e como podem ser evitados.
O que é sinistralidade
Apesar de ser importante para a empresa reter e manter seus colaboradores, o plano de saúde tem um alto custo. Toda vez que o profissional o aciona para consultas, exames ou outros procedimentos, caracteriza-se um sinistro. Cada sinistro é um custo para a operadora.
Quando um beneficiário utiliza o plano de saúde de forma excessiva, por exagero ou por necessidade, os custos da operadora consequentemente se elevam. É claro que esse aumento é repassado à empresa contratante na renovação do contrato.
A sinistralidade é o resultado da equação de custo e receita obtida pelo plano de saúde, sendo apresentado em forma de percentual. As operadoras usam esse resultado para medir e aplicar os ajustes em seus planos de saúde. Isso quer dizer que, ao longo de um período, o volume de sinistros é medido e a operadora utiliza o resultado para chegar ao reajuste que será feito no próximo período.
Como a sinistralidade impacta os custos das empresas
As despesas ocasionadas pelo total de sinistros são somadas e seu resultado é dividido pelo valor pago à operadora. O valor final é multiplicado por 100 para chegar a um dado percentual.
Quanto mais atendimentos médicos, consultas, exames e procedimentos forem solicitados por um beneficiário, maiores serão os impactos na sinistralidade.
Os resultados que aumentam de um ano para outro, ou que ultrapassam os limites pré-definidos, são usados como base para reajustar o valor do plano. O objetivo das operadoras é repor as perdas do ano anterior ou impedir que sofra um prejuízo. O valor do plano não pode estar abaixo do necessário para cobrir os custos dos serviços de saúde.
Além da despesa causada pelo volume de sinistros, o plano de saúde também usa o índice que mede a inflação médica – resultado da variação de custos da operadora de um ano para o outro. Por esses e outros motivos, o reajuste nos planos de saúde empresariais é maior que o dos planos individuais.
Quais são as principais causas da sinistralidade e como evitar
O principal fator de sinistralidade é a frequência no uso do plano de saúde, que muitas vezes é feita de forma desnecessária. Os médicos brasileiros são os que mais solicitam exames a seus pacientes. Segundo a ANS, o número de solicitações de tomografia e ressonância por convênios particulares cresceram 22% em dois anos. Em diversos casos, o exame não era necessário.
O desenvolvimento de doenças crônicas também está entre os responsáveis pelo aumento na frequência de uso do convênio. Em 10 anos, os casos de obesidade e diabetes cresceram mais de 60% no país. São exemplos de enfermidades que estão bastante relacionadas a prática de hábitos saudáveis, ou a ausência deles.
Novos casos de doenças ocupacionais também estão sendo registrados. Segundo o Ministério do Trabalho, 22 mil profissionais foram afastados das empresas, em 2017, por causa de LER/Dort.
Os dados sobre sedentarismo são assustadores: 47% dos brasileiros são prejudicados por esse mal, que torna as pessoas menos dispostas, provoca dores nas articulações, ajuda no desenvolvimento de doenças cardiovasculares, aumenta o colesterol, entre outros malefícios.
Todos esses problemas têm uma característica em comum: poderiam ser evitados. Diminuir os prejuízos causados pela sinistralidade é possível, com o investimento em ações e políticas que estimulem a qualidade de vida e o bem-estar dos profissionais.
Pessoas que praticam atividades físicas regularmente, têm uma alimentação saudável, são menos estressadas, se dedicam à saúde preventiva, etc., estão menos propensas a desenvolver doenças crônicas.
Além disso, se sentem mais motivadas, dispostas e apresentam melhores resultados no trabalho. A empresa não ganha apenas com a redução dos custos causados pela sinistralidade, mas também com o aumento na produtividade e entrega de seus colaboradores. Baixe o nosso guia e veja como melhorar os resultados da sua empresa e diminuir os custos com plano de saúde, investindo em pessoas.