Segurança e Saúde no Trabalho (SST): priorizando o bem-estar dos colaboradores

Segurança e Saúde no Trabalho (SST) é um tema de extrema importância para as organizações, especialmente para os profissionais de Recursos Humanos (RH). Garantir um ambiente de trabalho seguro e saudável não apenas protege os colaboradores, mas também contribui para a produtividade e o sucesso da empresa. 

Neste artigo, vamos entender a importância de investir na SST e estratégias práticas para implementar medidas eficazes em qualquer empresa. Além de entender como a priorização do bem-estar pode ser a chave para a sustentabilidade organizacional.

O que é SST?

SST, ou Segurança e Saúde no Trabalho, refere-se ao conjunto de medidas que visam garantir a proteção da saúde e da integridade física dos trabalhadores no ambiente de trabalho. É um direito fundamental dos trabalhadores, previsto na Constituição Federal, e um dever das empresas, que devem proporcionar um ambiente de trabalho seguro e saudável.

Esse campo abrange uma ampla gama de aspectos, desde a prevenção de acidentes e lesões até a promoção da saúde mental dos funcionários. Ao entender o que SST representa, as empresas podem construir alicerces sólidos para o desenvolvimento sustentável, reconhecendo que a segurança do trabalho não é apenas uma exigência legal, mas um investimento estratégico.

Quais são os objetivos da SST?

Os principais objetivos da Segurança e Saúde no Trabalho são:

  • Prevenir acidentes e doenças ocupacionais;
  • Proteger a saúde e a integridade física dos trabalhadores;
  • Melhorar as condições de trabalho;
  • Promover a saúde e a qualidade de vida dos trabalhadores.

Para atingir esses objetivos, a SST deve ser implementada de forma eficaz, com medidas adequadas às características e riscos de cada atividade. Além disso, é importante que todos os trabalhadores estejam envolvidos e comprometidos com a segurança e saúde no trabalho.

Por que a SST é fundamental para os RHs?

Profissionais de RH desempenham um papel crucial na promoção da segurança no trabalho. Além de assegurar que a empresa esteja em conformidade com as normas e regulamentações de segurança, esses especialistas são arquitetos da cultura organizacional voltada para o bem-estar e a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais.

Em outras palavras, a responsabilidade dos RHs estende-se ao cultivo de um ambiente que valorize a integridade física e mental dos colaboradores. Ao investir em SST, as lideranças protegem os interesses imediatos da empresa e melhoram o employer branding

Essa abordagem proativa não apenas atrai talentos qualificados, mas também contribui para a fidelização de funcionários, criando um ciclo virtuoso que beneficia tanto a empresa quanto seus colaboradores. Assim, a SST se revela como um diferencial estratégico sob a perspectiva dos profissionais de RH, desempenhando um papel vital na construção de organizações resilientes e orientadas para o sucesso sustentável.

Qual é a lei do SST?

No Brasil, as leis referentes à SST são a Norma Regulamentadora 1 (NR-1) e a Norma Regulamentadora 9 (NR-9), estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

A NR-1 estabelece as diretrizes gerais sobre as responsabilidades das empresas em relação à SST, enfatizando a importância da promoção de um ambiente de trabalho seguro e saudável. Já a NR-9 trata especificamente do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), que visa identificar e controlar os riscos ocupacionais, estabelecendo medidas preventivas para garantir a saúde e segurança dos trabalhadores.

É crucial que as empresas estejam plenamente informadas sobre a legislação para garantir a conformidade e a implementação eficaz das práticas de segurança no trabalho. Além disso, o cumprimento das normas legais também contribui para a eficiência operacional e a reputação ética da empresa.

O que é grau de risco da empresa?

O grau de risco da empresa é um indicador que classifica as empresas de acordo com a intensidade dos riscos a que os trabalhadores estão expostos no exercício de suas atividades. Essa classificação é feita de acordo com a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) e é utilizada para definir as obrigações das empresas em relação à segurança e saúde no trabalho. O grau de risco é dividido em quatro níveis:

  • Grau 1: Baixo risco
  • Grau 2: Médio risco
  • Grau 3: Alto risco
  • Grau 4: Muito alto risco

A classificação do grau de risco é importante para garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores. As empresas com graus de risco mais elevados são obrigadas a adotar medidas específicas para prevenir acidentes e doenças ocupacionais. Essas medidas podem incluir:

  • Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO)
  • Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA)
  • Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT)

Além disso, as empresas com graus de risco mais elevados também estão sujeitas a fiscalizações mais rigorosas por parte do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Para saber o grau de risco da sua empresa, basta consultar o anexo I da NR4, que estabelece a Classificação Nacional de Atividades Econômicas e Grau de Risco de Acidente do Trabalho Associado. Além disso, você também pode consultar o site da Previdência Social, que disponibiliza uma ferramenta online para cálculo do grau de risco.

Como saber o grau de risco da empresa?

O grau de risco de uma empresa pode ser avaliado por meio de diferentes métodos e análises. Aqui estão algumas abordagens comuns para determinar o grau de risco de uma empresa:

Análise de setor

Analise e determine o setor em que a empresa opera. Alguns setores são naturalmente mais arriscados do que outros devido a fatores como:

  • Concorrência;
  • Regulamentação;
  • Sazonalidade. 

Assim, uma compreensão profunda do ambiente setorial pode fornecer insights sobre o risco associado.

Análise financeira

Examine as demonstrações financeiras da empresa, incluindo balanço patrimonial, demonstração de resultados e fluxo de caixa. Indicadores financeiros, por exemplo, alavancagem financeira, liquidez e rentabilidade, podem oferecer informações sobre a saúde financeira e a estabilidade da empresa.

Histórico de desempenho

Avalie o histórico de desempenho da empresa ao longo do tempo. Isto é, observe tendências de crescimento, rentabilidade consistente e gestão eficaz. Em outras palavras, isso pode indicar uma empresa menos arriscada em comparação com aquelas com históricos instáveis.

Avaliação da governança corporativa

Analise a estrutura de governança corporativa da empresa. Em outras palavras, empresas com boas práticas de governança tendem a ter processos de tomada de decisão mais transparentes e eficazes, o que pode reduzir o risco.

Análise de riscos operacionais

Avalie os riscos operacionais específicos da empresa, por exemplo:

  • Cadeia de suprimentos;
  • Processos de produção;
  • Tecnologia;
  • Recursos humanos;
  • Conformidade regulatória. 

Identificar e mitigar esses riscos pode ser crucial para reduzir a exposição geral da empresa.

Avaliação do ambiente macroeconômico

Considere fatores macroeconômicos que podem afetar a empresa, como taxas de juros, inflação, política fiscal e condições do mercado. Dessa forma, uma compreensão do ambiente externo ajuda a antecipar possíveis desafios.

Análise SWOT

Realize uma análise SWOT (Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças) para identificar os fatores internos e externos que impactam a empresa. Isso pode fornecer uma visão abrangente dos riscos e oportunidades.

Classificações de agências de rating

Considere as classificações atribuídas por agências de rating. Essas agências avaliam a capacidade de uma empresa cumprir suas obrigações financeiras, oferecendo uma perspectiva externa sobre o risco.

Ao combinar essas abordagens, os gestores e analistas podem obter uma visão mais holística do grau de risco associado a uma empresa, facilitando a tomada de decisões informadas.

Dicas para promover a SST em sua empresa

Garantir um ambiente de trabalho seguro e saudável é uma meta alcançável com práticas eficientes de Segurança e Saúde no Trabalho (SST). Por isso, listamos algumas dicas para promovê-la ativamente em sua empresa:

Crie uma cultura de bem-estar

Cultura de bem-estar refere-se a um conjunto de valores e práticas que promovem e priorizam o bem-estar dos colaboradores. Essa cultura influencia a forma como as pessoas são tratadas, como o trabalho é estruturado e como as decisões são tomadas.

Estabelecer uma cultura de bem-estar dentro da organização é uma estratégia vital para promover a Segurança e Saúde no Trabalho (SST). Isto é, criar um ambiente de trabalho onde o bem-estar físico, emocional, mental e social dos colaboradores é valorizado e apoiado ativamente.

Ademais, a promoção de uma cultura de bem-estar não apenas incentiva a conformidade com as normas de segurança, mas também cria um ambiente onde os colaboradores se sentem valorizados. Ou seja, contribuindo assim para uma cultura de bem-estar contínua e sustentável.

Ofereça treinamentos periódicos

Mantenha os colaboradores atualizados sobre os riscos e as medidas de prevenção por meio de treinamentos regulares. Certifique-se de que todos estejam cientes das normas e procedimentos de SST.

Para isso, é importante disponibilizar treinamentos e materiais educativos acessíveis a todos os colaboradores, facilitando a disseminação das informações. Além disso, criar uma abordagem personalizada nos treinamentos, adaptando o conteúdo às especificidades de cada departamento ou função, aumenta a relevância percebida pelos colaboradores. 

Adote medidas de proteção coletiva e individual

Priorizar a segurança no ambiente de trabalho requer a implementação de medidas de proteção tanto coletivas quanto individuais. Em relação à proteção coletiva, é essencial investir em sistemas que abordem riscos de forma ampla. 

A instalação de sistemas de ventilação adequados, por exemplo, não apenas melhora a qualidade do ar para todos os colaboradores, mas também reduz a exposição a substâncias prejudiciais. Além disso, o investimento em ergonomia no trabalho, considerando as normas de segurança, contribui para minimizar acidentes e otimizar a circulação segura dentro do ambiente laboral.

Assim, promover uma cultura que valorize o uso correto e regular dos EPIs é fundamental para garantir a eficácia dessas medidas de proteção individual e, consequentemente, contribuir para um ambiente de trabalho mais seguro e protegido.

Realize avaliações periódicas dos riscos ocupacionais

Conte com profissionais qualificados para identificar, avaliar e controlar os riscos presentes no ambiente de trabalho. Realize avaliações periódicas para garantir que as medidas de prevenção estejam sendo eficazes.

Uma abordagem proativa para a Segurança e Saúde no Trabalho (SST) envolve a realização regular de avaliações dos riscos ocupacionais presentes no ambiente de trabalho. Para garantir uma avaliação abrangente e precisa, é crucial contar com profissionais qualificados, como técnicos de segurança ou engenheiros especializados. 

Implemente um Programa de Controle dos Riscos Ocupacionais (PCCRO)

Um PCCRO é um documento que reúne todas as medidas de prevenção adotadas pela empresa. Mantenha-o atualizado e adaptado às mudanças nos riscos ocupacionais da organização.

Promova bem-estar no trabalho

Bem-estar no ambiente de trabalho refere-se a um estado positivo e saudável entre funcionários em seu local de emprego. Vai além da ausência de doenças e lesões, incorporando fatores físicos, mentais, emocionais e sociais que contribuem para uma experiência de trabalho positiva e segura. 

Esse conceito é caracterizado pelo equilíbrio entre demandas profissionais e capacidade dos funcionários de lidar com essas demandas, promovendo um ambiente que estimula o desenvolvimento pessoal e profissional. Entre os aspectos mais importantes para o bem-estar no ambiente corporativo estão:

  • Ambiente ergonomicamente saudável;
  • Life balance;
  • Cultura organizacional positiva;
  • Promoção de desenvolvimento profissional;
  • Oferta de benefícios  de bem-estar – como a GoGood.

Conclusão

Ao priorizar a SST, as empresas demonstram seu compromisso com o bem-estar dos colaboradores, além de fortalecer o employer branding organização. Investir na segurança e saúde dos colaboradores é investir no sucesso e no crescimento sustentável da organização.

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