Nos últimos anos, o conceito de bem-estar corporativo tem ganhado cada vez mais espaço nas empresas. No entanto, o desafio de realmente implementar ações eficazes para promover a saúde física e mental dos colaboradores tem revelado um problema crescente: o wellbeing washing.
Este conceito, que pode ser traduzido como lavagem de bem-estar, refere-se à prática de empresas que promovem uma imagem de comprometimento com o bem-estar dos funcionários, mas não entregam resultados reais. Neste artigo, você vai entender o que é o wellbeing washing, como evitá-lo e ainda descobrir ações práticas para realmente promover o bem-estar no ambiente de trabalho.
Confira os tópicos aqui:
Wellbeing washing: o que é?
Wellbeing washing – ou lavagem de bem-estar em português – refere-se a quando as empresas falam, mas não agem em relação a saúde mental e outras políticas de bem-estar. Em outras palavras, embora muitas empresas promovam a imagem de oferecer benefícios diferenciados e cuidado com o bem-estar dos colaboradores, na prática, essas promessas nem sempre se concretizam.
Nesse contexto, é essencial que as vantagens oferecidas sejam reais e efetivas, evitando o wellbeing washing e garantindo que os funcionários de fato sintam o impacto positivo dessas políticas. Praticar a lavagem de bem-estar faz com que os funcionários sintam-se enganados, piorando seu próprio senso de bem-estar e confiança na empresa para a qual trabalham.
7 em cada 10 locais de trabalho celebram datas de conscientização sobre saúde mental, mas apenas 3 em cada 10 oferecem suporte de saúde mental considerado bom entre seus funcionários. [1]
Entre exemplos de lavagem de bem-estar podemos incluir encorajar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, mas elogiar funcionários que trabalham horas extras. Ou participar de tendências como Setembro Amarelo e outras datas relacionadas à saúde mental, mas não verificar o bem-estar individual dos funcionários no dia a dia.
Empregadores avaliam a saúde mental e o bem-estar de seus funcionários 22% mais favoravelmente do que os próprios funcionários. [2]
De fato, se as políticas ou estratégias de bem-estar no ambiente de trabalho não se alinham com as experiências diárias dos funcionários, as empresas podem enfrentar altos níveis de desligamento e esgotamento.
Por que praticar wellbeing washing pode custar caro?
Muitas organizações que se dizem comprometidas com a saúde de seus colaboradores promovem uma imagem de valorização do bem-estar, mas não implementam de fato ações para melhorar a saúde e o ambiente de trabalho. Por exemplo, colaboradores que não se cuidam, são estressados, dormem e se alimentam mal ou abusam do álcool podem prejudicar o próprio desempenho no trabalho. De acordo com a Universidade de Washington:
“Pessoas com transtorno grave de uso de álcool relataram faltar 32 dias de trabalho a cada ano por causa de doença, lesão ou simplesmente faltar ao trabalho, mais que o dobro do número de dias de trabalho perdidos por indivíduos sem transtorno de uso de álcool.”
Nesse contexto, a prática do wellbeing washing pode aumentar ainda mais os efeitos desse e outros problemas latentes, como o sedentarismo, afetando tanto o profissional quanto a empresa:
- Aumento do absenteísmo;
- Redução da produtividade;
- Custos elevados de assistência médica;
- Aumento da rotatividade;
- Impacto negativo na disposição e na equipe.
De acordo com uma pesquisa [4] publicada no Journal of Occupational and Environmental Medicine, as perdas anuais de produtividade relacionadas à saúde custam US$530 bilhões, ou aproximadamente R$3 trilhões, aos empregadores. Isso significa que uma força de trabalho saudável é mais produtiva e acarreta menores custos diretos e indiretos para a organização.
Outro relatório [5] concluiu que as empresas estão menos comprometidas com a saúde dos funcionários do que alegam ou do que deveriam estar. Esse perfil de organização vê barreiras externas e internas para melhorar a saúde dos colaboradores que muitas vezes são criadas por elas mesmas.
Ao invés de promoverem uma verdadeira cultura de bem-estar, algumas implementam iniciativas que são mais estéticas do que eficazes, criando uma dissonância entre o que pregam e o que praticam — é o wellbeing washing em ação.
A longo prazo, a negligência em bem-estar resulta em um aumento das taxas de rotatividade, pois os funcionários procuram ambientes de trabalho que valorizem sua saúde. Isso não só afeta a moral e a lealdade dos colaboradores, mas também aumenta os custos de recrutamento e treinamento.
Como evitar o wellbeing washing?
Evitar o wellbeing washing é essencial para construir um ambiente de trabalho onde o bem-estar dos colaboradores seja realmente priorizado. Para isso, além de ir além das promessas e garantir que suas ações sejam autênticas e eficazes, as empresas também podem adotar outras ações, por exemplo:
Treine as lideranças
Em primeiro lugar, os funcionários precisam ver o bem-estar em ação. Se as lideranças estão dizendo uma coisa e fazendo outra, isso não incorpora uma cultura onde o bem-estar é realmente valorizado.
Praticar o wellbeing washing não se trata apenas de se comprometer com o bem-estar da força de trabalho atual – isso será crucial para o futuro. Alguns estudos [7] sugerem que a Geração Z representarão 27% dos trabalhadores globais até 2025, e eles estão mais interessados do que qualquer outra geração em compartilhar seus desafios de saúde mental, mas também contar com soluções no trabalho.
Nesse contexto, as lideranças também precisam estar preparadas para dar suporte a essa geração de trabalhadores para que sejam mais produtivos. Para apoiar o bem-estar dos colaboradores, é essencial que as lideranças adotem uma postura ativa e genuína.
Isso envolve não apenas comunicar a importância do bem-estar, mas também dar o exemplo, integrando práticas saudáveis em sua própria rotina. Além disso, os líderes devem ser capacitados para identificar sinais de estresse e burnout nas equipes, promovendo conversas sem estigmatização. Treinamentos em inteligência emocional e escuta ativa podem ser ferramentas valiosas para que eles ofereçam suporte adequado e empático, criando um ambiente seguro onde os colaboradores se sintam à vontade para buscar ajuda quando necessário.
Ouça seus funcionários
Não caia na armadilha de adivinhar o que as pessoas querem. Por exemplo, pufes e mesa de pingue-pongue podem ser divertidos no começo, mas é improvável que tenham um impacto no bem-estar global da empresa a longo prazo. Desse modo, é importante reunir feedback e criar estratégias, perguntando aos colaboradores o que faria diferença para a saúde, qualidade de vida e bem-estar deles.
Invista em prevenção
Na maioria das vezes, o suporte à saúde mental no local de trabalho é muito reativo em vez de preventivo. Isso porque as lideranças de RH não têm certeza de onde focar o suporte preventivo, dada a ampla gama de problemas de saúde mental no local de trabalho. Em vez disso, oferecer acesso à soluções em saúde mental – como psicoterapia e psiquiatria – é essencial.
35 ideias para realmente promover o bem-estar
Agora que você sabe o que é wellbeing washing e a importância de investir em bem-estar, é crucial buscar por soluções que realmente impactem a vida dos colaboradores. Além de oferecer benefícios atrativos, é necessário investir em ações concretas que promovam saúde, equilíbrio e qualidade de vida no ambiente de trabalho. Clique no banner abaixo e conheça ideias para realmente promover bem-estar entre os seus funcionários:
Como uma cultura de bem-estar pode mudar esse cenário?
Cultura de bem-estar, no contexto das organizações, refere-se a um conjunto de valores e práticas que promovem e priorizam o bem-estar dos colaboradores. Essa cultura se estende a toda a organização e influencia a forma como as pessoas são tratadas, como o trabalho é estruturado e como as decisões são tomadas.
Empresas que adotam esse tipo de cultura tendem a criar ambientes realmente saudáveis e produtivos, indo na contramão do wellbeing washing e promovendo a saúde integral dos seus colaboradores. De acordo com uma pesquisa [6] do Japan Journal of Nursing Science:
“Os benefícios de investir em uma cultura de bem-estar são evidentes no nível individual, coletivo e organizacional na forma de uma saúde excelente, maior desempenho e lucratividade.”
Nesse contexto, existem diversas iniciativas de bem-estar, como horários flexíveis, acesso a academias, alimentação saudável, suporte psicológico e atividades de integração. Porém, o ideal é contar com um parceiro de bem-estar capaz de analisar esses fatores, engajando os colaboradores a usarem os benefícios oferecidos, além de atender às necessidades reais dessas pessoas. Um dos exemplos de como essa análise tornou-se possível e impactou o engajamento de uma empresa, é o case da Pharlab:
Conheça a GoGood
GoGood é uma plataforma de benefícios de bem-estar completa, que é capaz de alavancar o engajamento e produtividade, fortalecer a cultura organizacional e promover mais bem-estar para os colaboradores.
A partir dessa parceria, é possível montar o seu próprio portfólio de benefícios conforme a necessidade dos colaboradores. Além disso, ela facilita o acesso a diversos serviços de bem-estar pros colaboradores a partir de, por exemplo:
- Academias
- Psicoterapia
- Pronto atendimento digital – 24h por dia, 7 dias da semana;
- Consultas médicas com especialistas;
- Telenutrição;
- Plano odontológico.
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Referências
- What is wellbeing washing
- Addressing employee burnout: Are you solving the right problem?
- In U.S., alcohol use disorder linked to 232 million missed workdays annually
- Companies That Promote a Culture of Health, Safety, and Wellbeing Outperform in the Marketplace
- Employers’ Role in Employee Health
- Development of a scale measuring the job satisfaction of Japanese hospital nurses – Muya
- Gen Z and Gen Alpha Infographic Update – McCrindle